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10 novembro 2009

SUSPEITA DE VENDA DE SENTENÇAS NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO

O corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, encaminhou ofício ontem (09/11) ao corregedor-geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Roberto Wider, no qual solicita "informações urgentes e detalhadas" sobre denúncias publicadas pelo jornal O Globo, neste domingo (08/11).




A reportagem intitulada Empresário é acusado de vender sentenças para políticos no Tribunal de Justiça do Rio relata o suposto envolvimento do desembargador Wider com o empresário e estudante de direito Eduardo Raschkovsky, sócio de doleiros investigados pela polícia e envolvidos em negócios suspeitos do Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. Raschkovsky também teria sido acusado reservadamente por políticos e um advogado de pedir valores entre R$ 200 mil e R$ 10 milhões para beneficiá-los em eventuais decisões sobre impugnação de candidaturas e cassação de mandatos. O assédio teria começado quando o desembargador Wider ainda era presidente do TRE do Rio de Janeiro, no biênio 2006-2008.



Segundo O Globo, Raschkovsky usaria sua influência junto a magistrados - principalmente Wider - para negociar sentenças judiciais. No ofício, o ministro Gilson Dipp diz que as denúncias "estão a demandar pronto esclarecimento das autoridades locais". O corregedor nacional também pediu não só a imediata informação sobre os fatos como o integral esclarecimento das condutas objeto da divulgação jornalística". Ele assinalou ainda, no documento, que, "pelo teor e gravidade das ocorrências", a Corregedoria Nacional de Justiça promoverá as investigações disciplinares "que o quadro recomenda".



Com informações do CNJ e portal Terra.



Sobre a reportagem a Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro divulgou em sua página na internet a seguinte nota pública:



Rio de Janeiro, 09 de Novembro de 2009


Diante da reportagem envolvendo o Corregedor-Geral da Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargador Roberto Wider, esta Corregedoria informa que:


1. O Corregedor é o principal interessado na apuração dos fatos que envolveram o seu nome, todos baseados em informações e depoimentos em "OFF", sem a menção de nenhum fato concreto sobre a gestão dele na presidência do TRE-RJ ou na Corregedoria Geral;
2. Para isso já solicitou ao Ministro Gilson Dipp, Corregedor Geral do Conselho Nacional de Justiça – CNJ – o auxílio na rigorosa apuração de todos os fatos;
3. O Corregedor também deu ciência, antecipada, ao Ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, de que a matéria seria publicada com acusações contra ele e que tinha o objetivo de lançar dúvidas sobre a sua atuação como magistrado;
4. Ao longo da sua carreira de 37 anos na Magistratura, o desembargador Roberto Wider sempre tomou decisões fortes e acredita que elas possam ter desagradado a determinados grupos ou pessoas;
5. O Corregedor espera que a apuração dos fatos seja feita o mais breve possível, quando então voltará a se pronunciar sobre o assunto.


Fonte: Assessoria de Comunicação - CGJ

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