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25 novembro 2009

FÓRUM DA LEI MARIA DA PENHA

Dar efetividade e visibilidade à Lei Maria da Penha é o objetivo principal do I Fórum Nacional de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Fonavid), no Rio de Janeiro. Os debates envolvem mais de 200 magistrados de 25 estados e do Distrito Federal.


A abertura do encontro ocorreu na segunda-feira (23), no Tribunal de Justiça fluminense, e contou com a presença da farmacêutica Maria da Penha Fernandez que deu nome à lei por sua luta contra a violência doméstica após ter sido agredida pelo marido.

Até o dia de hoje, especialistas vão propor estratégias para o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Eles discutirão ainda a aplicação da Lei Maria da Penha no sentido de defender uma jurisprudência afirmativa dos direitos de proteção das mulheres, bem como uniformizar os atendimentos e criar uma rede social para combater a violência.

Com três anos de vigência, a Lei Maria da Penha apresenta uma mudança cultural significativa na sociedade brasileira em favor dos direitos humanos das mulheres e a harmonia da unidade familiar.

Durante a solenidade de abertura, a ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (ESPM), Nilcéia Freire, destacou a coragem de Maria da Penha em transformar sua agressão em sinônimo de luta. Ela rompeu as barreiras da vergonha e humilhação e denunciou a violência que sofreu. Sua história culminou na Lei Maria da Penha, que é considerada pela ONU uma das três melhores leis sobre violência do mundo, destacou. É preciso ampliar o número de delegacias para mulher e construir a paz que nos liberte e nos permita sermos livres, portadoras de direito e cidadania, resumiu.

O Fonavid pretende ainda criar mecanismos de ação para corrigir a desigualdade entre homens e mulheres.

Fortalecimento

A implantação de juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher foi outro ponto ressaltado durante a abertura do encontro. Até o final de 2009, serão implantados 60 juizados em 25 estados, com equipes interdisciplinares que processam e julgam casos complexos. O anúncio foi feito pelo secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Rogério Favreto.

Em 2008, a Secretaria de Reforma do Judiciário assinou 22 convênios com os Tribunais de Justiça para implementação de juizados especializados em violência contra a mulher. Para o próximo ano, estão previstos acordos com os Tribunais de sete estados para a construção de mais 16 juizados. No total, serão investidos R$ 30 milhões em dois anos.

Favreto defendeu ainda a integração entre os órgãos com a democratização do acesso à Justiça e ressaltou a importância do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) para combater a violência, sobretudo a doméstica e familiar. Esta é uma oportunidade ímpar para os magistrados. É a possibilidade de construir um novo diálogo entre os juízes, trocar experiências e dar efetividade a lei Maria da Penha, resgatando o direito das mulheres. Afinal, a cultura da paz começa na nossa casa, afirmou.

Os trabalhos do Fonavid estão sendo realizados no Hotel Windsor Guanabara, no Centro do Rio de Janeiro.

Informações do Ministério da Justiça, via Jusbrasil

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