Translate

08 setembro 2009

É TUDO BRASIL, OU SERÁ BRAZIL?

No sábado (5/9), na coluna de Opinião da Folha de São Paulo, o escritor e jornalista Ruy Castro escreveu, sob o título É tudo Brasil, o seguinte texto:

“Vanusa, a musa do iê-iê-iê, anda sendo massacrada por ter cantado em público o hino nacional errando tudo: melodia, harmonia, ritmo e letra. O fato, já velho de meses, se deu numa cerimônia da Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas só agora, via YouTube, o país, pasmo, o está assistindo.
Na semana passada, Sasha, 11 anos, filha de Xuxa, também foi para o castigo por escrever no Twitter uma mensagem dizendo que estava filmando e ia fazer "uma sena com a cobra" -ela queria dizer "cena". E, há poucos dias, a apresentadora (e bióloga em disponibilidade) Ana Maria Braga, ao cometer uma receita de bolo em seu programa de TV, louvou a castanha-do-pará como uma delícia da "fauna brasileira".
Seria fácil listar essas ratas produzidas por três (perdão, ouvintes) ícones da cultura e vergastar a indigência mental em que vive o Brasil. Ou acreditar nas justificativas oferecidas para dois dos casos. Segundo seu agente, Vanusa teria se atrapalhado com a música por estar sob o efeito de um remédio para labirintite. E, segundo Xuxa, Sasha não sabe escrever direito em português porque foi alfabetizada em inglês.
Pois ouso pensar diferente. Vanusa, farta de ouvir o hino nacional tocado compulsoriamente antes de cada competição esportiva em São Paulo, queria apenas fugir da patriotada e da cafonice. Daí tentou emprestar ao hino um caráter quase jazzístico, quebrando o ritmo, embaralhando a letra e alterando a melodia. E, quando ia partir para o "scat", foi cortada sem piedade pelo locutor do evento.
Quanto à menina Sasha, seu erro foi insignificante para alguém que, admitido pela própria mãe, é analfabeta em sua língua. E, interpretando um possível raciocínio de Ana Maria Braga, e daí se a castanha-do-pará vem da flora ou da fauna? "É tudo Brasil, não?".
Sim. É tudo Brasil.”
Ou será Brazil?

Infelizmente, aqui o maior exemplo vem de cima. Os casos citados parece decorrerem do besteirol dos discursos do Presidente Lulla da Silva que está fazendo escola, impregnando a mentalidade do brasileiro, sem contar os palavrões usados até mesmo em cerimônia pública oficial. (Não se pode esquecer o enfático “sifu” presidencial).

Aqui tudo pode acontecer. O presidente pode dizer qualquer coisa impunemente, pode fingir que nada vê, que nada sabe do que ocorre no Palácio, ainda que na sala ao lado da sua. Pode afirmar que na política brasileira a roubalheira sempre existiu desde Pedro Álvares Cabral, que caixa dois é coisa normal, pouco importando de onde sai o dinheiro, desde que haja dinheiro para as campanhas políticas e para seus “cumpanhero”. Pode berrar a plenos pulmões que a Câmara Federal tem mais de dois terços de picaretas, que o Senado está cheio de bons pizzaiolos e o judiciário é uma caixa preta.
Então, pode-se parodiá-lo: “nunca antes na história desse país” um presidente denegriu tanto suas instituições e as tornou tão vulneráveis aos escândalos e ao descrédito, a ponto de praticamente subjugá-las.

Ancorado em inacreditáveis índices de avaliação positiva nas pesquisas de opinião, com uma imprensa maciçamente tolerante, leniente e mesmo condescendente com seus impropérios, pode-se dar ao luxo de ser considerado mais importante que seu partido político que, na oposição, pregava a decência e a ética e, ao assumir o governo fez pior do que seus antecessores. Como o velho ditado “quem nunca comeu melado quando como se lambusa”. E, apesar de todas as lambanças, sempre consegue se esquivar de qualquer responsabilidade, afastando temporariamente os lacaios partidários envolvidos, a quem posteriormente afaga, perdoa e sempre arranja outra “boquinha” para eles assim que o povo esquece o episódio, que é suplantado por outro e assim sucessivamente. Aliando-se à escória do PMDB, especialmente por meio de seus coronéis nordestinos Collor, Sarney e Renan, tenta viabilizar, a qualquer custo, a candidatura de uma ex-guerrilheira para sucedê-lo e manter o aparelho do Estado do qual se apoderaram para continuar dominando o país. Isso é o novo Brazil do PT e seus apoiadores.

Em Fortaleza, prenderam um pai italiano que, na praia, beijou a filha de 8 anos na boca e estão fazendo o maior escândalo por isso. Foi delatado por dois “turistas brasileiros”. Como se o nordeste brasileiro não fosse considerado uma das mais conhecidas rotas de prostituição infantil do mundo. Detalhe: a mãe é brasileira e disse publicamente que o fato é comum na Itália e não viu qualquer maldade e se houvesse alguma maldade seria a primeira a recriminar o episódio.

No Vale do Jequitinhonha, em Minas, muitas jovens se prostituem por centavos de reais, principalmente com caminhoneiros, como já mostrou reportagem na televisão.

No Rio de Janeiro uma empresa lançou um guia turístico que a mostrava para o mundo como a cidade das popuzudas e como e onde abordá-las (atualmente com a distriuição suspensa pela Justiça). Agora, por promoção oficial quer ser conhecida como o melhor destino gay do mundo, além de candidata a sede das Olimpíadas de 2016. Deve ser para lançar novos esportes, como a corrida do sexo, o salto com vara peniana, tiro ao alvo humano, maratona de arrastões, assaltos dentro de túneis e arremesso de balas perdidas, dentre outros.

Além do espetáculo das escolas de samba os turistas podem assistir diariamente à plena luz do dia, pessoalmente ou (de preferência) pela televisão em transmissão ao vivo e a cores, os confrontos bélicos entre policiais e traficantes nas favelas cariocas...

E o povo do Rio se acha o mais feliz do mundo segundo pesquisa divulgada pela imprensa. Ou é fina ironia ou então porque tem que aproveitar o máximo a vida, antes que uma desgraça qualquer lhes atinja ou, ainda, quem sabe, por simplesmente haverem sobrevivido para responder a pesquisa.

Porém, essas coisas não escandalizam mais ninguém, mesmo porque já se incorporaram ao triste cotidiano nacional. O “jeitinho” brasileiro progrediu para a libertinagem, para a corrupção desenfreada, para toda espécie de falcatrua e se espalhou pela sociedade em geral.

Definitivamente não era esse o futuro que se esperava desse Brazil, onde a esperança venceu o medo, mas perdeu a vergonha, como já postado aqui.

Ano que vem tem novas eleições. Se mantiverem os mesmos que estão aí, não haverá pré-sal suficiente para saciá-los nem futuro decente para esta nação.

Nenhum comentário: