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07 agosto 2009

MANIFESTANTE DE ALUGUEL


Primeiro inventaram o jogo do bicho e daí nasceram os “banqueiros” e os “cambistas”, depois vieram os “pistoleiros de aluguel”, os “grupos de extermínio”, que se transformaram em “justiceiros” e mais recentemente “milícias”.

Nesse ínterim apareceram “os flanelinhas”, os “trombadinhas” e os “meninos de rua”, que ocupam ruas e praças por todo o país.

Do comércio derivaram “os contrabandistas”, “os sacoleiros” e “os botiqueiros”, estes uma espécie de sonegadores de tributos na venda de artigos de luxo.

Na política criaram os distribuidores de “santinhos”, os coladores de papel, os “bocas de urna”, ou seja, os militantes remunerados.

Talvez ainda esteja esquecendo alguma outra “profissão” ou “atividade” clandestina, mas pouco importa. Se você lembrar de alguma outra faça a fineza de registrar. Não valem os mototaxis e motoboys, pois estes já foram “legalizados” pelo Presidente Lula, mesmo contra a manifestação expressa do ministro da Saúde e no país campeão mundial de acidentes de trânsito e com as estradas que temos. Enfim.

Mas, não se esgota aí a criatividade brasileira. Acabaram de inventar mais uma nova profissão clandestina: o “manifestante de aluguel”, aquele que, por 40 reais, empunha bandeira, faz passeata, exibe cartazes, camisetas e bonés para qualquer tipo de manifestação a favor ou contra qualquer coisa. Onde? Só podia ser em Brasília.

Muito criativo o povo brasileiro. Nenhum brasileiro ainda ganhou o prêmio Nobel. Mas, depois de todas essas invenções acho isso uma injustiça. O Brasil merece o prêmio Nobel da Clandestinidade.

Veja como surgiu mais essa figura na cena nacional através do trecho abaixo, extraído da reportagem de Rodrigo Haidar e Felipe Coutinho, do site Conjur:

Sindicalistas de Brasília inventaram um método prático, econômico e seguro de fazer protestos e promover manifestações sem precisar deslocar manifestantes do resto do país ou de convencer ninguém sobre a causa a ser defendida. Para isso criaram o manifestante profissional. Com R$ 40 por cabeça, é possível reunir até duas mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, para defender ou atacar qualquer coisa, tomar partido contra ou favor de qualquer um.

Uma das maiores especialistas no novo método de manifestação sob encomenda é a Nova Central Sindical. Por R$ 80 mil, a nova entidade conseguiu, em duas oportunidades, mobilizar pessoas por algumas horas em defesa de “suas causas”. Tudo pago com notas de R$ 20. Encomendas de manifestantes podem ser feitas com tranquilidade e sem qualquer relutância pelo telefone, por qualquer pessoa.

Além dos manifestantes, a organização fornece todo o know-how da manifestação.

Em seu site, a Nova Central Sindical diz que representa sete confederações, 136 federações, três mil sindicatos e quase 12 milhões de trabalhadores em todo o país. Mesmo assim, precisou recorrer ao aluguel de manifestantes, em parceira com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), uma das associadas. Como diz o nome, a Nova Central se propõe a fazer um sindicalismo diferente — de fato, está conseguindo. Faz sindicalismo sem sindicalistas.

Leia a reportagem completa em
Sindicatos compram manifestantes em Brasília

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