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06 julho 2009

AS PRÁTICAS CRIMINOSAS NO SENADO FEDERAL


Depois da descoberta da mansão de 5 milhões de reais, não declarada do ex-diretor-geral Agaciel Maia, vieram à tona inúmeras outras praticas criminosas que se operavam no Senado, com o aval de alguns senadores. Descobriu-se a existência de mais de 600 (seiscentos) atos secretos de nomeação, demissão, convocação para serviços extraordinários, aumento de salários e concessão de horas extras para funcionários da Casa. Os atos foram publicados no Estadão. Confira em Veja os 663 atos secretos apontados por comissão do Senado

Também foi revelado que, modificando a planta original do prédio, foi construído um gabinete secreto para o ex-diretor.

O ex-diretor-geral tinha “status” de super-senador: nomeava, demitia e até emprestava dinheiro a outros senadores, como confessou o próprio líder do PSDB, Artur Virgílio, do Estado do Amazonas, que lhe tomou emprestado a importância de R$ 10 mil reais para uma viagem com a família para Paris.

Agora, a FSP, em reportagem de Leonardo Souza, Andreza Matais e Adriano Ceolin, da Sucursal de Brasília, descreve sobre as contas sigilosas movimentadas pelo Agaciel Maia:

O Senado criou em 1997 três contas bancárias paralelas e deu ao então diretor-geral, Agaciel Maia, total liberdade para movimentá-las sem prestar esclarecimentos a ninguém. O saldo delas está hoje [(é) em torno] de R$ 160 milhões.
As contas não estão na contabilidade oficial do Senado nem no Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos públicos). A única fiscalização sobre a saída de dinheiro é de responsabilidade de uma comissão de 11 servidores. A atual composição desse colegiado foi toda indicada por Agaciel e, segundo a Folha apurou, nunca se reuniu para auditar os gastos. Na prática, o conselho apenas referendava as decisões tomadas pelo diretor-geral.
O dinheiro das contas vem do desconto feito no salário de servidores da Casa para custear o plano de saúde. Mas só uma pequena parte desse valor é usada para essa finalidade porque o Senado custeia quase a totalidade das despesas médicas de seus funcionários - a Casa tem orçamento próprio para isso.

Leia a reportagem completa em Senado cria contas ocultas e faz saques sem controle

Ninguém sabe onde tudo isso vai parar, nem no que vai dar. Mas, pela tradição brasileira, não vai dar em nada ou em pouca coisa.

É evidente que houve conivência da Mesa diretora na delegação de tantos poderes para um funcionário que agia e operava como se fosse dono da Casa. Mas não como uma Casa de Leis. Operava como se fosse um Prostíbulo, onde tudo é secreto, sigiloso e ilícito.

Foi o Presidente Sarney quem introduziu Agaciel na diretoria-geral. Mas, segundo Lulla, Sarney não é uma pessoa comum e, portanto, não tem nenhuma responsabilidade, como elle próprio, o Lulla. O Lulla entregou as duas casas do Congresso ao PMDB, partido que o Senador Jarbas Vasconcelos, que o integra, disse publicamente que só se interessa em cargos e outros interesses escusos.

Com efeito, concordo que Sarney não é uma pessoa comum e definitivamente não o é.

Residência de Sarney, em Brasília-Foto Dida Sampaio/AE
Uma pessoa comum não tem essas ambições. Não “esquece” de declarar que tem uma mansão de 4 milhões. No contra-cheque de uma pessoa comum não aparece nenhuma rubrica que seja ilegal. Uma pessoa comum não mora no Maranhão e se candidata no Amapá. Uma pessoa comum não cria uma fundação com seu próprio nome e se aboleta num Convento tombado pelo patrimônio histórico.

Uma pessoa comum trabalha e paga religiosamente seus impostos para que esses seus deslustrados representantes possam se refastelar e se locupletar como bem lhes convenha.

A esbórnia que tomou conta do Senado é a mesma que se vê nesse governo do Presidente Lulla desde o início de seu primeiro mandato. Nunca antes na história deste país se viu tamanha sucessão de escândalos. E a cada escândalo mais cresce sua popularidade.

A ministra-chefe da Casa Civil Dilma Roussef, depois da reunião com Sarney, a bancada do PT no Senado e o Presidente Lulla, disse na televisão que não se pode “demonizar” o Presidente Sarney. Deduz-se, então, que o Demônio deve ser mesmo o Presidente Lulla. Vade retro.

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