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17 outubro 2008

A ORIGEM DA CRISE FINANCEIRA MUNDIAL


Hoje é sexta-feira, dia internacional da informalidade e, como é de praxe neste blog, é dia de relaxar, embora reconhecendo, como diz o pescador, que o mar não está prá peixe.

O mundo vive uma de suas piores crises econômicas que se iniciou nos Estados Unidos com os financiamentos habitacionais por falta de lastro nas operações imobiliárias em decorrência da ausência de fiscalização adequada e se espalhou rapidamente pelo mundo. O petróleo nunca esteve tão baixo e as bolsas de valores sobem e descem como balão japonês. Por efeito dominó apareceu uma crise de liquidez. Pensando no assunto, o blog procurou explicações e a mais racional que encontrou foi a que segue. Retrata bem o atual momento.

"O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça 'na caderneta' aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.

Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de 'emibiêi', decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis 'zécutivos' de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentos financeiros alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bebuns da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência.

E toda a cadeia desmorona.''

Extraído do Blogão do Zé.

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