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24 agosto 2010

O ASNO E O CACHORRINHO



Esopo*


Vendo um Asno que seu dono acarinhava muito a um Cachorrinho, porque este vinha ao seu encontro saudando-o com mimos e caretas disse a si mesmo:

“Se um animal tão pequeno é tão querido do meu amo e da sua família, muito mais eles iriam agradecer meus carinhos, uma vez que eu valho mais e presto maiores serviços.”



Disto convencido, o Asno, assim que viu o amo chegar, saiu correndo e relinchando do estábulo, e entre pulos e coices pôs-se a bailar na presença do dono. Atônito o homem com tal recepção asnal começou a rir com muita vontade. E o Asno, acreditando que estava no caminho certo, se pôs a relinchar no ouvido do amo, colocou as patas em cima dos ombros dele, sujou suas vestes e tratou de lamber-lhe o rosto. Cansado o dono daquela estranha brincadeira pegou numa estaca e partiu-a nas costas do espantado Asno.



Moral da história:



Causas iguais às vezes têm efeitos desiguais. Geralmente, os néscios pensam agradar quando não fazem outra coisa que causar desgosto e enfado.

Extraído de Os 100 melhores contos de humor da Literatura Universal/Flávio Moreira da Costa, org. Rio de Janeiro : Ediouro, 2001, p. 27.


*Esopo teria sido um escravo, que foi libertado pelo seu dono, que ficou encantado com suas fábulas. Ao que tudo indica, viajou pelo mundo antigo e conheceu o Egito, a Babilónia e o Oriente. Concretamente, não há indícios seguros de que tenha escrito qualquer coisa.
A única certeza é que as fábulas a ele atribuídas foram reunidas pela primeira vez por Demétrio de Falero, em 325 a.C.. (Wikipedia).

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