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24 março 2009

NOVAS REGRAS PARA CONCURSO DE JUIZ



O Conselho Nacional da Justiça aprovou na sessão plenária da última quarta-feira (18/03) a adoção de maior rigor nos concursos de juízes, além de estabelecer um procedimento padrão.

Segundo o jornal O Globo edição de sábado (21/03) em reportagem de Carolina Brígido, a medida foi tomada em razão de dezenas de denúncias de desvio de conduta de juízes e fraudes em concursos para a carreira e cita como exemplo o último concurso de juiz do TJRJ que foi alvo de investigações do CNJ, com suspeita de vazamento de gabarito e de facilitação na aprovação de parentes de desembargadores.

O blog já se manifestou sobre esse concurso do TJRJ em outro post que se encontra no arquivo.

Enfim, importa que agora já existe uma proposta concreta apresentada pelo conselheiro João Oreste Dalazen, que também é vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, visando padronizar as etapas e os programas dos concursos nos 66 tribunais do país. “Queremos selecionar pessoas que sejam bem qualificadas do ponto de vista técnico, mas também vocacionadas e comprometidas com o Poder Judiciário e a magistratura”, explicou o ministro. Segundo o ministro Dalazen, o atual sistema de recrutamento é inadequado do ponto de vista de seleção, com procedimentos e critérios distintos em cada tribunal.

Pela proposta apresentada pelo Conselho Nacional de Justiça o concurso será realizado em seis etapas, que incluem avaliações escrita e oral, exames de sanidade física e mental e psicotécnico, sindicância sobre a vida social do candidato, análise dos títulos acumulados e frequência obrigatória em curso de seis meses de preparação para os candidatos com prova eliminatória ao final. Para ser aprovado, o candidato tem de obter uma média mínima de 6 pontos. O ministro Oreste Dalazen informou que o CNJ estuda a possibilidade de oferecer aos candidatos do curso, uma bolsa de estudo no valor de 50% do subsídio do juiz. “Precisamos pensar como vamos criar essa despesa”, explicou o ministro. Ele acrescentou que 5% das vagas terão obrigatoriamente de ser reservadas a candidatos com necessidades especiais.

A principal preocupação com as mudanças propostas é garantir que o candidato, além de conhecimento técnico, tenha formação humanística e conhecimentos em gestão e administração. "É preciso cobrar do juiz uma base filosófica mínima para que ele revele sensibilidade, além de conhecimentos sobre códigos e leis", afirmou Dalazen. “Queremos que os candidatos tenham noções de filosofia, diplomacia, direito e até mesmo, contato com a mídia”.

A idéia é padronizar as normas e os critérios em busca de excelência no recrutamento. “Não há segurança que iremos selecionar os melhores, mas queremos evitar, selecionar os piores”, explicou o conselheiro Dalazen que espera um grande fluxo de propostas e sugestões já a partir do primeiro dia de consulta pública.

Dentro de 60 dias, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), deverá ter pronta uma resolução que vai mudar os critérios de realização de concursos públicos para o ingresso na magistratura. Para receber críticas e sugestões ao texto com as mudanças propostas, clique aqui.

A consulta pública já está disponível, na página do CNJ na Internet, a partir desta segunda-feira (23/03) até 7 de abril.

Dar maior transparência, padronizar certos procedimentos, tornar isentas as bancas de concursos dando oportunidades iguais a todos os concorrentes nos concursos de magistrados são medidas excelentes. É preciso porém um pouco de cuidado para não exagerar na dose de exigência dos candidatos. Precisamos de juízes, não de diplomatas, políticos ou agentes 007.

Com informações da Agência CNJ.

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