A Carolina
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
Com este soneto Machado homenageou sua esposa. Ele integra o livro “Relíquias de Casa Velha”, último do autor, publicado em 1906.
2 comentários:
Coube a Rui Barbosa o discurso de adeus a Machado. Vale a leitura:
http://www.academia.org.br/abl/media/RB%2055%20-%20CULTO.pdf
Bela dica.
Klod
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