Translate

29 setembro 2008

CENTENÁRIO DE MORTE DE MACHADO DE ASSIS

Reprodução.uol


A Carolina
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.

Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.

Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
Com este soneto Machado homenageou sua esposa. Ele integra o livro “Relíquias de Casa Velha”, último do autor, publicado em 1906.

2 comentários:

Anônimo disse...

Coube a Rui Barbosa o discurso de adeus a Machado. Vale a leitura:

http://www.academia.org.br/abl/media/RB%2055%20-%20CULTO.pdf

Anônimo disse...

Bela dica.
Klod