PF prende presidente do TJ do Espírito Santo e mais seis
Investigação corre em segredo de Justiça e, segundo os investigadores, grupo negociava decisões judiciais
Marcelo Auler, de O Estado de S. Paulo
RIO - Ao prender nesta terça-feira, 9, o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Frederico Guilherme Pimentel, a Polícia Federal desbaratou, em Vitória, uma quadrilha que, segundo os investigadores, negociava decisões judiciais. Também foram presos os desembargadores Josenider Varejão Tavares e Elpídio José Duque. Na casa deste último, a PF apreendeu R$ 500 mil em dinheiro. O filho do presidente do Tribunal, Frederico Luís Schaider Pimentel, que é juiz do município de Cariacica (Grande Vitória), também foi preso. A cunhada dele, Bárbara Pignaton Sarcinelli, diretora de Registro do tribunal, e o advogado Paulo Duque também foram detidos sob a acusação de envolvimento no esquema.O sétimo mandado de prisão foi cumprido contra outro advogado, Pedro Celso Pereira. A oitava prisão ocorrida nesta terça em Vitória foi por flagrante de porte de arma de uso privativo das Forças Armadas. O procurador de Justiça Eliezer Siqueira de Souza foi encontrado pelos federais dentro do Tribunal com a arma, mas o tipo dela não foi divulgado. Na casa dele, foram localizadas outras armas, que foram todas recolhidas para dentro de um saco e levadas para Brasília sem que fossem apresentadas à imprensa.
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09/12/2008 - NOTA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PRESIDENTE EM EXERCÍCIO RECEBEU A IMPRENSA NO INÍCIO DA NOITE DE HOJE
ANDRÉA RESENDE e SÍLVIA GONÇALVES - do Tribunal de JustiçaO presidente em exercício do Tribunal de Justiça, desembargador Alvaro Manoel Rosindo Bourguignon, recebeu a imprensa no início desta noite para se manifestar sobre a ação que a Polícia Federal realizou no prédio do TJ, hoje (9/12) pela manhã.
O desembargador Alvaro, na qualidade de vice-presidente do TJES, foi acionado pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, hoje por volta das 7 horas da manhã. A ministra comunicou ao desembargador a decisão do STJ e solicitou ao vice-presidente que acompanhasse a ação da Polícia Federal dentro do prédio. Quando o desembargador chegou ao Tribunal, os agentes já estavam na sede do Judiciário Estadual, que ficou fechada para todos os servidores das 7 às 7h 45.De acordo com o presidente em exercício do TJ, os agentes e delegados fizeram buscas e apreensões em três gabinetes de desembargadores e na Diretoria Judiciária de Distribuição. Foi uma ação regular e nenhuma repartição do TJ ficou lacrada. O inquérito penal de natureza criminal teve origem na Procuradoria Geral da República, em Brasília, e tramita no Superior Tribunal de Justiça, em segredo de justiça.Até o início desta noite, o TJES não recebeu nenhum comunicado oficial da decisão do STJ, portanto o Tribunal não possui informações oficiais do processo e nem das prisões efetuadas pela Polícia Federal aqui no Espírito Santo. Mas o desembargador Alvaro explicou que pela divulgação que houve, o fato agora é público.O presidente em exercício afirmou que as atividades do Poder Judiciário permanecerão em ritmo normal, enquanto durar o afastamento dos desembargadores investigados pelo STJ."O afastamento não constitui nenhum óbice para o andamento das atividades. As sessões vão continuar a ser realizadas normalmente. O afastamento dos desembargadores é consequencial, assim como em qualquer ausência, eles serão substituídos", explicou Bourguignon.Ao ser questionado sobre a possibilidade do TJ abrir uma sindicância administrativa contra os magistrados e servidor, Bourguignon esclareceu aos jornalistas que o fato das investigações e do inquérito correrem em segredo de justiça, não permite que o TJ tenha informações suficientes para abertura de uma sindicância. "Os fatos ainda são muito genéricos. Quando a fase do sigilo for ultrapassada e se houver algum fato específico, as providências serão tomadas", declarou o desembargador.
Sobre os supostos casos de nepotismo no Poder Judiciário, o desembargador salientou que o presidente Frederico Guilherme Pimentel segue a Resolução nº 7, do CNJ, tendo, inclusive, exonerado àqueles servidores que estavam em situação irregular. "O presidente fez uma consulta do CNJ sobre a situação funcional de vários servidores e exonerou àqueles que não se enquadravam na Resolução, portanto, desconheço casos no Tribunal que se enquadrem na situação de nepotismo estipulada pelo CNJ", finalizou Bourguignon.
Por seu turno, o site da OAB-ES divulgou a seguinte Nota Oficial:![]()
NOTA OFICIALNa data de hoje (09/12/08), a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Espírito Santo, tomou conhecimento, como toda a sociedade capixaba, da operação que resultou na prisão de desembargadores, juízes, advogados e serventuário do Poder Judiciário local.Não pode a Ordem dos Advogados fazer qualquer juízo de valor sobre a operação que, de resto, corre em segredo de justiça.No que pertine aos advogados que tiveram suas prisões decretadas, a OAB-ES providenciou, nos limites de sua atuação institucional, assistência aos profissionais presos, sem prejuízo, também, da adoção das medidas disciplinares cabíveis, que serão tomadas tão logo a Ordem seja cientificada das eventuais acusações que pesam sobre os advogados.Confia a Ordem dos Advogados que os fatos serão devidamente apurados, com pleno respeito aos direitos e garantias assegurados a todos, ao tempo em que reafirma o seu compromisso com o pleno funcionamento das instituições democráticas.Vitória (ES), 09 de dezembro de 2008Antonio Augusto Genelhu JuniorPresidente da OAB-ES
2 comentários:
Imagino a fofocaiada que deve estar havendo entre os do ramo... rs rs Nos cursinhos então... deve ser só o que se fala... rs rs
Bjs,
Palpiteira
Repercussão em todo o Brasil.
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