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25 agosto 2008

OS MAIORES ESCÂNDALOS DA REPÚBLICA BRASILEIRA APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO – PARTE II (Final)

Continuando o post anterior, relembram-se aqui e agora os escândalos mais escandalosos da última década.
Se sentir náusea tome um analgésico e prometa a si próprio que evitará por todas as formas de votar em candidatos cujos antecedentes exalem aquele odor característico porque como diz o povão “quem se mistura com porcos, farelo come” e nada pode reclamar depois.

1998 – O FALSO DOSSIÊ CAYMAN

Dossiê, segundo ensina Houaiss, é uma série de documentos ou a pasta, arquivo ou fichário de documentos que tratam, revelam a vida de um ou mais indivíduos, de um país, de uma instituição etc.
No caso do dossiê Caymam eram papéis, tidos por supostos documentos que comprovariam a existência de uma empresa CHJ AIT, com sede em Bahamas, com depósitos de milhões de dólares. Essa empresa seria integrada por Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente da República no período 1995/2002), Mário Covas (governador do Estado de São Paulo e morto em março de 2001) e dos ministros José Serra (Saúde) e Sérgio Motta (Chefe da Casa Civil, morto em abril de 1998).
Foram apontados como responsáveis pelo sobredito dossiê os indivíduos João Roberto Barusco, Ney Lemos dos Santos e Luiz Cláudio Ferraz e foram ainda envolvidos o pastor Caio Fábio (principal divulgador), José Maria Ferraz, Oscar de Barros, Vicente Cheloti, Honor Rodrigues da Silva, Paulo Sérgio Rosa, Cláudia Maria Rivieri e Raymundo Nonato (suposto testa-de-ferro da família Collor.
Cópias desses supostos documentos foram vendidas a candidatos de oposição ao governo FHC, entre eles Paulo Maluf e Fernando Collor.
Procedidas as devidas investigações, concluiu-se que tal dossiê só continha dados absolutamente falsos e teria sido forjado por pessoas ligadas a adversários políticos dos tucanos.

1998 – PRIVATIZAÇÃO DA TELEBRÁS

A TELEBRÁS era uma empresa pública da União controladora das sociedades de economia mista concessionárias do serviço de telefonia – as Tele-Estados.
O governo, cumprindo o Programa Nacional de Desestatização, vendeu as empresas do sistema público de telecomunicações, transferindo à iniciativa privada o controle acionário das empresas de telefonia fixa e de longa distância e, ainda, as empresas de telefonia celular.
Esse leilão, considerado o maior da história, foi realizado em 29 de julho de 1998, na Bolsa do Rio, alcançando o valor de R$ 22.058 bilhões, 63,74% acima do preço mínimo que havia sido fixado.
Escutas telefônicas realizadas na época flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ(Previdência do Banco do Brasil) para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, de Daniel Dantas. O presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu ter autorizado o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Ainda hoje há questões judiciais pendentes entre os vencedores do leilão... Maiores informações em http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/pre_sp_02.htm - Como foi a privatização da Telebrás?

1998 – COMPRA DE VOTO

Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia (PFL-AC), receberam R$200 mil cada um para votar a favor do projeto de reeleição do presidente da República (na época, Fernando Henrique Cardoso). Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brigídio, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara dos Deputados.

1999 – CACCIOLA E CHICO LOPES

Às vésperas da desvalorização do real, os bancos Marka, de Salvatore Cacciola, e FonteCindam foram beneficiados pelo Banco Central, então presidido por Francisco Lopes, numa operação irregular de venda de dólares. Francisco Lopes acabou condenado por peculato, assim como Tereza Grossi, diretora do BC.
Luiz Antonio Gonçalves e Roberto José Steinfeld (presidente e controlador do FonteCidam) e Salvatore Cacciola (Banco Marka) foram condenados por crimes contra o sistema financeiro. Refugiado na Itália, Cacciola foi recentemente preso em Mônaco e extraditado para o Brasil.

1999 – CASO LALAU

CPI do Senado Federal descobriu desvio de verbas públicas na construção da nova sede do Tribunal Regional do Trabalho – TRT-São Paulo, envolvendo os empresários Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Teixeira Ferraz, o senador Luiz Estevão (cassado pelo Senado) e o juiz do TRT/SP Nicolau dos Santos Neto, epitetado pela imprensa de “juiz lalau”.
Todos foram condenados a penas de prisão e multa, mas, devido a recursos, estão em liberdade ou prisão domiciliar (Nicolau, por problemas de saúde).

2004- CPI DO BANESTADO

O deputado federal José Mentor (PT-SP) apresentou nesta terça-feira (14/12/2004) o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, após um ano e meio de investigações. O relator da CPI mista sugeriu o indiciamento de 91 pessoas, entre elas o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta e o dono das Casas Bahia (maior rede varejista do Brasil), Samuel Klein. Considerado o maior golpe pelo Consultor Jurídico por envolver envio de dinheiro para o exterior através das contas CC-5 em valores estimados de R$ 150 bilhões. Veja mais em: http://www.conjur.com.br/static/text/31836,1

2005 – MENSALÃO

Ante as dificuldades de aprovação de matérias na Câmara dos Deputados foi engendrada uma fórmula de pagamento de “mesada” para deputados votarem a favor de projetos de interesse do governo Lula. A expressão “mensalão” apareceu pela primeira vez na “Folha de S. Paulo”, em entrevista do deputado Roberto Jefferson.
Cerca de 40 pessoas foram investigadas e respondem a processos criminais, que incluem crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. O esquema ainda não foi totalmente esclarecido, porquanto não se descobriu a verdadeira origem do dinheiro e eslquema semelhante ressurge na Operação Satiagraha, deflagrada neste ano pela Polícia Federal.

2005 – DINHEIRO NA CUECA

José Adalberto Vieira da Silva, assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do então deputado José Genoino (PT-SP), foi detido com US$100 mil escondidos sob a cueca e outros R$200 mil numa maleta. A origem e o destino desses valores ainda não ficaram devidamente esclarecidos.
Como resultado, Genoino, já desgastado com as denúncias de seu suposto envolvimento no escândalo do “mensalão”, renunciou à presidência do PT, antes mesmo de a cúpula do partido definir a recomposição da executiva nacional. Ainda assim, José Genoíno elegeu-se novamente deputado federal por São Paulo.

2006 – PALLOCI

O então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi exonerado do cargo depois da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, testemunha de acusação contra Palocci no caso da “República de Ribeirão Preto”. Francenildo afirmou ter visto o ministro na mansão para reuniões de lobistas acusados de interferir em negócios de seu interesse no governo Lula. Nessas reuniões participavam também garotas de programa.

2007 – RENAN CALHEIROS

A revista “Veja” revelou que o presidente do Senado, Renan Calheiros, recebia recursos da empreiteira Mendes Júnior, por meio do lobista Cláudio Gontijo, para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento.
Calheiros viu-se envolvido ainda em outras denúncias de corrupção, sendo absolvido em processo de cassação, mas renunciou à presidência do Congresso para preservar seu mandato de senador.

2007 – RONDEAU E GAUTAMA

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, pediu afastamento do cargo após ter seu nome envolvido num esquema que fraudava licitações para a realização de obras públicas pela construtora Gautama. O ministro foi acusado pela Polícia Federal de receber R$ 100 mil reais em seu gabinete por intermédio de emissários do empresário Zuleido Veras, dono da Gautama.
Acusações começaram a pesar sobre o ministro quando a PF prendeu Ivo Almeida Costa, que era assessor do gabinete ministro, durante a Operação Navalha da Polícia Federal, que tinha por objetivo desmontar uma quadrilha que fraudava licitações de obras públicas. As investigações começaram em novembro do ano passado. Nessa operação, a Justiça Federal expediu 48 mandados de prisão. Foram presas 46 pessoas, entre empresários, prefeitos, um deputado distrital, um ex-governador e um ex-deputado federal.Maiores informações podem ser obtidas em: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/05/20/295831322.asp

2008 – OPERAÇÃO SATIAGRAHA

Segundo o Estadão, em sânscrito, 'Satya' significa 'verdade'. Já 'agraha' quer dizer 'firmeza'. Assim, Satyagraha é a 'firmeza na verdade', ou 'firmeza da verdade'. Gandhi foi um dos idealizadores e fundadores do moderno Estado indiano e um influente defensor do Satiagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução.Satiagraha também é freqüentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade". Historicamente, a atuação de Gandhi e seus conceitos também inspiraram gerações de ativistas democráticos e anti-racistas, como Martin Luther King e Nelson Mandela.
(http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac202401,0.htm)

Nessa operação, policiais federais cumpriram 24 mandatos de prisão em São Paulo, Rio, Brasília e Salvador, como resultado de investigações da Polícia Federal sobre crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Entre os detidos, Daniel Dantas, principal nome do grupo Opportunity, e Naji Nahas, conhecido nome do mercado de capitais e Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo.
Todos encontram-se soltos por hábeas corpus junto ao STF que por decisão monocrática do Presidente, ministro Gilmar Mendes, que teve grande repercussão na mídia e resultou até em uma súmula vinculante sobre o uso de algemas, mas aí já é uma conversa para outra oportunidade.

2008 – OPERAÇÃO JOÃO DE BARRO

A mais nova operação da Polícia Federal lembra o escândalo dos Anões do Orçamento com desvio de R$ 700 milhões do PAC e que está em andamento e será comentada em outro post porque ninguém é de ferro.
Foram listados vários escândalos envolvendo bilhões de reais de prejuízos aos cofres públicos nessas duas últimas décadas. Uma vergonha. Será aqui o paraíso dos ladrões? Será que os poucos degredados que foram enviados no início da colonização proliferaram tanto?
Vinte anos de redemocratização com vinte anos de corrupção. Atualíssima a canção de Chico Buarque:

"Acorda amor que o bicho é bravo e não sossega
se você corre o bicho pega
se fica não sei não
Atenção, não demora
dia desses chega sua hora
não discuta à toa, não reclame
chame, clame, clame, chame o ladrão"

Socoooooooooooooooooooorrrrrrrrrrrrrrrooooooooooo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Só pq eu gostei do passarinho, vc tirou... sniff
Feio, feio, feio!

Anônimo disse...

Vou recolocá-lo em breve.
Aguarde.
Klodin